Equipe de dermatologista passo-fundense comprova efeitos residuais e a longo prazo das aplicações de toxinas botulínicas


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15 de outubro de 2019

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Equipe de dermatologista passo-fundense comprova efeitos residuais e a longo prazo das aplicações de toxinas botulínicas


Estudo conduzido pela doutora Doris Hexel foi publicado em setembro na conceituada revista americana “Dermatologic Surgery”

Boa notícia para quem busca tratamentos estéticos com duração prolongada. Os efeitos da toxina botulínica podem resistir muito mais tempo do que os quatro a seis meses que até hoje se acreditava serem seu “prazo de validade”. E, desta forma, retardar o envelhecimento.

Estudo conduzido pela dermatologista gaúcha Dóris Hexsel e publicado em setembro na conceituada revista americana “Dermatologic Surgery” mostra que, se a substância for bem aplicada, seus resíduos são capazes de atuar por mais tempo. Ainda segundo a pesquisa, os efeitos da toxina são cumulativos e, após repetidas aplicações ao longo de muitos anos na região das sobrancelhas, podem implicar no rejuvenescimento das pálpebras superiores.

“Existe uma preocupação com qualquer tratamento médico repetitivo ou prolongado, inclusive os tratamentos cosméticos: os efeitos em longo prazo. Não à toa a pesquisa está sendo considerada a de mais alto impacto da década no uso das toxinas botulínicas, popularmente conhecida como Botox, embora utilizemos há 17 anos a toxina da marca  Dysport®”, comenta a dermatologista.

Doris explica que as injeções de toxina botulínica paralisam transitória e reversivelmente, ou apenas diminuem, o movimento dos músculos tratados. ” Pode-se mudar a maneira como o paciente usa a sua musculatura facial e alterar a posição de estruturas importantes, como é o caso das sobrancelhas. Se for utilizada a técnica adequada para aplicar a toxina, os efeitos a longo prazo serão positivos e rejuvenescedores. Mas, se o profissional faz uma má escolha da técnica, efeitos residuais negativos a longo prazo poderão ocorrer. Por isso, o médico precisa diagnosticar corretamente quais os músculos, quais as doses e quais os melhores pontos de injeção para cada paciente, para que os efeitos sejam positivos a curto e a longo prazo”, esclarece a doutora Doris Hexsel, que assina o estudo com as também dermatologistas Taciana Dal Forno, Camile Hexsel e Fernanda Camozzatto, todas pesquisadoras do Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia, sediado em Porto Alegre.

Sabe-se que, com o envelhecimento, ocorre um rebaixamento gradual no posicionamento das sobrancelhas protagonizado pela musculatura da glabela, com repercussão nas pálpebras. Isso repercute na musculatura da fronte, provocando rugas e redundâncias na pele dessa região. Foi em 2001 que a doutora Dóris observou pela primeira vez os efeitos residuais da toxina botulínica, sete meses depois da última aplicação da substância em uma paciente. A partir de então, passou a fazer as aplicações buscando forçar “os músculos de cada paciente trabalhar a favor dele mesmo, no sentido de rejuvenescer”.

Pesquisadora e Investigadora principal do Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia (CBED), que é responsável pela condução de mais de 50 estudos clínicos nacionais e internacionais nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e estética, Doris é uma das profissionais mais conhecidas e reconhecidas no Brasil e no mundo. Ela e sua equipe estudaram os efeitos das aplicações repetidas de toxina no posicionamento das sobrancelhas ao longo de duas décadas. As médicas acompanharam 26 pacientes que receberam regularmente aplicações de toxina botulínica nas rugas periorbitárias da região dos olhos e da glabela (não incluindo a fronte), de uma a três vezes ao ano por, pelo menos, 5 anos. E sem recorrer a qualquer outro tipo de tratamentos no terço superior da face. A maioria dos pacientes foi tratada por mais de 10 anos, e foram incluídas no estudo pacientes com até 20 anos de tratamento.

Ainda, segundo a pesquisa, os efeitos da toxina são cumulativos, o que significa que a melhora continua e é progressiva ao longo dos anos, sempre considerando uma boa técnica. Repetidas aplicações ao longo de muitos anos na região entre as sobrancelhas, os efeitos positivos implicam inclusive no rejuvenescimento das pálpebras superiores.

 

Sobre Doris Hexsel

Pesquisadora e Investigadora principal do Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia (CBED), que é responsável pela condução de mais de 50 estudos clínicos nacionais e internacionais nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e estética, Doris Hexsel é uma das profissionais mais reconhecidas no Brasil e no mundo.

Autora de seis livros de literatura médica, sendo um deles o primeiro livro mundial a respeito do uso cosmético da toxina botulínica (Botox) e outro sobre celulite para o público leigo, a dermatologista Doris Hexsel foi professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo no período de 1989 a 1999, além de preceptora da residência médica em Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de 2009 a 2015.

Autora de mais de 160 publicações médicas internacionais, desenvolveu, pioneiramente, a técnica de Subcision para o tratamento da celulite, considerada a técnica de primeira escolha no tratamento desta frequente condição.

É a diretora médica das Clínicas Hexsel de Dermatologia sediadas no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, atuando principalmente na área de Dermatologia Cosmética e em Cirurgia Dermatológica.

É também, atualmente, presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Dermatológica (International Society of Dermatologic Surgery – ISDS).



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