UPF: há 50 anos impulsionando a geração e a difusão do conhecimento


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5 de junho de 2018

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UPF: há 50 anos impulsionando a geração e a difusão do conhecimento


A maior instituição do norte do RS completa, no dia 06 junho, cinco décadas de história

 

Há 50 anos, a Universidade de Passo Fundo (UPF) cumpre relevante função social e, além de oferecer cursos de formação em nível superior, habilitando milhares de pessoas ao exercício de distintas profissões, proporciona efetivo crescimento local e regional. O ideal de implantação de uma universidade para atender à demanda de formação profissional na década de 1960 foi acompanhado pelo compromisso do desenvolvimento de uma área que compreende, hoje, mais de 150 municípios. As 12 unidades acadêmicas em Passo Fundo e os campi instalados em Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Sarandi e Soledade fazem da UPF uma Universidade regional, pois possibilitam o acesso ao ensino superior em importantes microrregiões gaúchas.

Neste dia 06 de junho, data em que a UPF celebra 50 anos de criação, os efeitos das atividades desempenhadas pela Universidade são notórios e transcendem o impacto positivo que o expressivo número de mais de 76 mil egressos revela, principalmente quando se observam os avanços sociais e econômicos proporcionados por meio da atuação dos milhares de profissionais na área da educação, do direito, da agricultura, da saúde, da economia, dentre outros tantos ofícios importantes.

Fotos: arquivo UPF

Ser uma instituição de ensino sólida e envolvida com a população regional, que fomenta a geração e a difusão do conhecimento e, principalmente, que busca sempre a excelência acadêmica. Esse desafio é que move a UPF desde a sua instalação, há 50 anos. Os investimentos garantem a articulação entre ensino, pesquisa e extensão nos 60 cursos de graduação e nos 15 mestrados, seis doutorados e nove estágios pós-doutorais da Instituição. Nesses cursos, mais de 18 mil acadêmicos constroem sua formação, tanto como licenciados, bacharéis ou técnicos de nível superior, além dos mestres e doutores.

Para o reitor, José Carlos Carles de Souza, a Universidade de Passo Fundo desperta em todos o sentimento coletivo de orgulho e de gratidão. “Orgulho dos milhares de alunos que frequentaram os seus cursos. Orgulho dos funcionários e professores que, cada um a seu tempo e de seu modo, atuam na sua permanente construção, tornando-a melhor a cada período. Orgulho da sua comunidade, que, incessantemente, com ela interage, contribuindo com o seu crescimento e desfrutando dos benefícios decorrentes desse processo. Eternizamos, portanto, o nosso sentimento de gratidão aos idealizadores da UPF pela projeção de uma obra que se tornou catalizadora de sonhos, de valores verdadeiros e de esperança, insumos necessários à construção de uma sociedade empreendedora e fraterna, que transcende o tempo, motiva as pessoas e inspira as novas gerações. Além disso, reconhecemos a participação de seus professores, funcionários, alunos e egressos na continuidade desse percurso, e na construção de sua imponente história. Assim, ao tempo em que, cheios de júbilo, celebramos o 50º aniversário da UPF, registramos nosso reconhecimento a cada personagem dos capítulos desta história cinquentenária, que, do sonho à realidade, transformou a vida de tantas gerações”, destaca o reitor.

 

 

 

Formando gerações

 Há meio século, a UPF tem sido protagonista no desenvolvimento regional, promovendo a formação técnico-científica de recursos humanos nas mais diferentes áreas do conhecimento, habilitando-os a serem agentes transformadores da sociedade. Uma das áreas notadamente reconhecidas em Passo Fundo é a da saúde, setor que teve amplo desenvolvimento com a criação da Faculdade de Medicina da UPF, em 1970, o que possibilitou ao município se consolidar como um polo de referência na área da saúde para a região norte do Rio Grande do Sul e também para os demais estados da região Sul brasileira.

É na Faculdade de Medicina da UPF que a história da família Dal Vesco converge: pai e filhos seguiram a mesma profissão e escolheram a mesma universidade para sua formação. Desde a infância, Juarez Antonio Dal Vesco tinha o sonho de ser médico e foi no ano de 1979 que seu futuro profissional começou a ser desenhado. “Na época, a dificuldade de ingresso era grande e a UPF estava próxima”, conta ele, explicando que foi o primeiro da família a frequentar um curso de graduação na UPF e também o primeiro a fazer Medicina, curso que concluiu em 1984.

 

Para Juarez, a UPF foi fundamental na sua formação tanto técnica quanto humanistíca, proporcionando a realização de uma pós-graduação a nível de mestrado e a inserção na docência acadêmica. “A UPF foi decisiva na minha inserção no mercado de trabalho local, permitiu que eu desenvolvesse minhas atividades assistenciais e docentes de forma plena”, afirma o médico, que se tornou docente da Instituição em 1º de março de 1988.

A forte relação com a UPF também motivou a esposa de Juarez, Alida Isabel Argenta Dal Vesco, a realizar o curso superior em Psicologia, em 1992. Alida já era formada em Terapia Ocupacional e atuava na área da saúde mental. “Senti necessidade de fazer o curso de Psicologia e escolhi a UPF pela facilidade de acesso local e pela qualidade do curso”, afirma ela, que concluiu o curso em 1996.

 

Inspiração que veio de casa

A decisão profissional dos jovens Carolina Argenta Dal Vesco e Marcos Dal Vesco Neto, filhos de Juarez e Alida, não foi nada difícil. A influência da profissão do pai já havia motivado os dois a seguirem a área médica e, em 2012, os irmãos iniciaram a sua trajetória acadêmica na Faculdade de Medicina da UPF, instituição que oportunizou a formação dos pais. “Penso que a intensidade com que desenvolvi minhas atividades fez com que meus filhos criassem alguma forma de identificação profissional, o que me deixou, evidentemente, muito feliz”, relata Juarez.

Para Carolina, a escolha do curso se deu pela dedicação que o pai sempre mostrou pela sua profissão, ou seja, a inspiração veio de casa. “O exemplo familiar de amor pela profissão que o meu pai sempre transmitiu em casa me levou a escolher a Medicina. Já a escolha pela UPF se deu pela qualidade e pelo reconhecimento do curso, pelo vínculo familiar e por estar situada na cidade onde moro”, destaca ela. Para Marcos, a vocação falou mais alto. “Penso que a Medicina me escolheu. Desde criança, sempre pensei em ser médico”, diz ele, que optou pela UPF pelos mesmos motivos que a irmã e também encontrou no pai a inspiração. “Desde pequeno, acompanhava meu pai no hospital e ele sempre mostrou muita alegria e amor pela profissão”, frisa o jovem médico.

De pai a mestre

Mais do que inspiração para os filhos, Juarez foi além e, como docente da Instituição, também pôde participar ativamente da formação acadêmica de Carolina e Marcos. “Foi uma experiência única, embora tenha sido uma continuidade da convivência diária familiar. Ele sempre me inspirou e é muito bom ter com quem se aconselhar tanto profissional quanto pessoalmente”, diz Carolina sobre o contato direto com o pai como docente na Instituição. “Tê-lo como professor foi muito significativo, pois ele sempre me inspirou na profissão. Seguir seus passos na mesma universidade onde foi graduado, tendo ele como mestre, com certeza fez a diferença”, reitera Marcos.

O sentimento em ter os filhos formados pela UPF é gratificante para Juarez. “Nossa escola de Medicina está madura e já tem um perfil de egresso bem definido e reconhecido. Meus filhos estarem dentro disso é motivo de certeza de que serão bons profissionais”, pontua o pai, que, além de professor, desempenhou um papel importante na turma em que os filhos eram colegas: foi escolhido para ser patrono e paraninfo. “Houve uma identificação coletiva do professor com a turma que ocorreu de forma natural, progressiva e contínua. Foi um convívio acadêmico e familiar harmonioso e, para mim, a maior distinção na minha carreira docente foi ter sido patrono e paraninfo da turma dos meus filhos”, relata.

 

A alegria foi compartilhada pelos filhos. “Foi um momento muito feliz no curso. Sempre tivemos um bom convívio da turma com o meu pai, mas nunca imaginávamos tanta distinção. Foi com certeza um dos momentos mais marcantes da nossa vida acadêmica”, enaltece Marcos. “É um sentimento indescritível: ter ele como professor nesses seis anos e me graduar sendo meu pai o patrono e paraninfo de minha turma foi um momento único em nossas vidas, ainda mais com o meu irmão graduando-se na mesma turma”, destaca Carolina.



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