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Vida: o melhor presente para dar a alguém


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21 de setembro de 2015

Tempo de Leitura: 4 minutos

Vida: o melhor presente para dar a alguém


O dia 27 de setembro é considerado o Dia Nacional de Doação de Órgãos. Por isso reproduzimos aqui no nosso site a matéria publicada na edição VIP Medicina e Saúde para não deixar essa data passar em branco.

 

A cada dia diversos nomes somem das listas de espera para transplante. Infelizmente, isto não acontece por terem conseguido um órgão compatível, mas sim, porque não resistiram ao tempo de espera. O grande problema é que esses nomes se referem a pessoas, que assim como você que está lendo esta matéria, anseia pela vida, planeja o futuro e para isso precisa ter saúde, e isto inclui um novo órgão.

A doação de órgãos é algo simples, porém está rodeada de tabus e isso faz com que muita gente perca a chance de viver. A desinformação é o principal problema, pois é comum encontrar pessoas que queiram doar, mas não sabem exatamente como funciona. Com as orientações da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, o único que realiza transplantes na região, apontamos alguns esclarecimentos referente ao tema para que você entenda a importância deste ato de nobreza.

 

Você decide, sua família autoriza!

Primeiramente é preciso que você decida se quer doar os seus órgãos, essa é uma escolha somente sua. Depois conte para toda a sua família, explique os motivos e os conscientize a atenderem este pedido. Não há necessidade de deixar nenhum documento assinado, pois os órgãos somente são doados com a autorização expressa dos familiares. A doação só pode ser feita em caso de morte encefálica, e mesmo assim é preciso que todos os familiares concordem, senão ninguém irá retirá-los, por isso seja convincente ao explicar a sua decisão.

 

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Órgãos que podem ser doados

A falta de doadores falecidos faz com que se utilize a doação intervivos, ou seja, uma pessoa ainda em vida pode doar para outra.  Nestes casos é possível doar um dos rins, que é o mais comum, parte do fígado ou do pulmão.

Do doador falecido podem ser retirados para transplante: 2 córneas, 2 rins, 2 pulmões, fígado, coração, pâncreas, intestino, pele, ossos e tendões.

 

Não há mutilações no corpo do doador

Muitas vezes este é um fator que faz os familiares não autorizarem a doação, o medo de que o corpo fique mutilado. Por isso, é importante saber que a retirada de órgãos é um procedimento cirúrgico muito delicado, onde o corpo fica com a mesma aparência de antes. São retirados apenas os órgãos que serão transplantados, como se fosse uma cirurgia de rotina, após a qual o corpo é liberado aos familiares para o sepultamento.

 

A distribuição dos órgãos

Todo paciente que necessita de um transplante precisa, obrigatoriamente, estar inscrito em uma Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado onde reside. No registro são colocados os dados do candidato ao transplante, eles ficam em uma lista de espera, que é organizada conforme a gravidade de cada caso. A partir daí ele passa a aguardar por um órgão compatível com as suas características. Existe um programa de computador que une os dados de todos os pacientes, e cada vez que é realizada uma doação ele faz a distribuição dos órgãos de forma muito bem determinada. Uma única pessoa pode dar vida há muitas outras.

 

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Um exemplo de força, esperança e solidariedade

Conheça a história de Jorge Augusto dos Santos (58), transplantado de fígado há 6 anos, que depois de tanta luta pela sua vida, passou a desenvolver um trabalho voluntário para salvar a vida de outras pessoas

“A minha história começou em 2006, quando, através de um exame de rotina, descobri que sou portador de hepatite C. Essa notícia abalou toda a minha família, veio minha angústia, sofrimento, dúvidas e temores. Sempre tive esperança na cura, porém mesmo fazendo consultas, exames e tomando medicações, o estado foi se agravando cada vez mais.

Como se não bastasse o sofrimento pelas limitações impostas pela doença, surgiu à notícia de que o transplante seria o único tratamento que poderia proporcionar melhoras. Então, desanimado, cansado, na esperança de receber um remedinho milagroso para me tirar daquela situação, tive que encarar à realidade e perder o medo de uma cirurgia enorme e de grave complexidade. Conheci a angústia da fila de espera, aguardando um órgão que fosse compatível ao meu organismo. Senti muito medo da morte, pois o futuro passou a ser incerto.

Após cinco meses o telefone tocou, estava internado por causa das encefalopatias, e do outro lado da linha a assistente social da comissão de transplante dizendo que havia um órgão compatível comigo. Foi só alegria! Fui direto para HSVP onde já estavam me aguardando, fui agradecendo a Deus e a família doadora que teve um gesto nobre.

O meu transplante foi realizado no dia 24/10/2009. A cirurgia foi um sucesso! Ao acordar na UTI e ver reacender aquela luz, pensei ‘estou transplantado e vivo’. Foi o alívio dos sofrimentos, alegria ao ver os familiares, a felicidade que chegou e o agradecimento a Deus pelas preces atendidas.

Agradeço até hoje a conscientização desta família que num momento de tanto sofrimento, conseguiu superar a dor que é a perda de um ente querido, e autorizaram a retirada dos órgãos para salvar a vida de outras pessoas. É uma atitude que requer humildade, consciência, bondade e, principalmente, muita coragem.

Atualmente sigo tomando medicamentos para que não haja rejeição, cuido muito a alimentação e estou sempre ativo. Levo uma vida praticamente normal, gosto de ir pescar, fazer caminhadas, cuidar da minha horta.

Por ter me aposentado, acabei me tornando um voluntário na conscientização de doadores, dou palestras, participo de campanhas, faço tudo o que posso para incentivar as pessoas a se tornarem doadoras. O meu sonho é montar uma ONG em Carazinho para que possamos fazer um trabalho muito maior.”

 

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“A doação de órgãos pode ser uma saída gloriosa para dar um sentido à morte e, talvez, por consequência dar o sentido a uma vida.”

 



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