Indiamara Caumo


• Graduada em Psicologia; • Pôs graduanda em Especialização em Dinâmica das Ralações Conjugais e Familiares; • Pela Faculdade Meridional – IMED de Passo Fundo/RS • Possui experiência em Psicologia Clínica, (orientação sistêmica) • Atua em consultório particular e realiza assessoria à instituições escolares. • Atua com a psicoterapia individual, Psicoterapia destinada à casais, atendimento familiar, adolescente e terapia sexual. • Atua com grupos de orientação de pais e orientação vocacional; • Atua em orientação financeira para pais, crianças e adolescentes.

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6 de novembro de 2020

Tempo de Leitura: 2 minutos

Câncer de mama na conjugalidade


Ao receber o diagnóstico a mulher passa por vários estágios, primeiro o impacto ao saber que irá passar por vários sofrimentos. Em todos os aspectos relacionados à doença, esse diagnóstico está ligado a muitos danos psicológicos. Inicialmente a sua imagem e posteriormente a sua conjugalidade. O casal passará por muitas etapas e é importante o  cônjuge ter empatia e apoio na sua autoestima para reduzir impactos no tratamento da sua esposa, pois irão sofrer dor, seja física ou psicológica. A mama remete a sensualidade e a maternidade, o seio que alimenta que acolhe e que excita. Nesse processo da doença a mulher se sentirá enfraquecida, cansada, pode ter a perda do cabelo, pele ressecada e tudo isso contribui para que a sua feminilidade seja atingida. Existem parceiros que abandonam suas esposas, 70% baseados em pesquisas recentes, isso remete a vazão das dificuldades deles, anteriormente vividas, nesse caso a paciente precisará de maior apoio de familiares e amigos. Sabemos que a falta de apoio prejudica a evolução do tratamento oncológico, “É comprovado que o fator psicoemocional da paciente pode refletir de forma direta na evolução positiva ou negativa da doença, elas ficam abaladas com a falta de apoio, elas se sentem negligenciadas, abandonadas e humilhadas.” Em contrapartida o casal que vivia um amor, carinhos e empatia, acaba unindo-se cada dia mais, enfrentando junto esse processo tão doloroso. É preciso que o tratamento seja uma fase de redescoberta, ocorrendo uma intimidade maior, sugere-se que se relacionem com abraços, toques, troca de carinhos assim esses companheiros passam a ser protagonistas nessa história.

É de grande importância ter o acompanhamento psicológico, assim o casal terá condições de seguir essa trajetória com maior aproximação, entre eles, e também no âmbito familiar. Há muitas reações, depois do diagnóstico, pois cada pessoa reage de forma singular. O apoio da equipe multidisciplinar agrega no acolhimento, terão maior apoio, pois a carga emocional é muita alta para os dois, com a participação o cônjuge aprenderá a dar o apoio tão importante nesse processo. “Cuidar de quem cuida” é primordial.  Há muito despreparo das pessoas, muitos vivem em negação, não dando o devido respeito ao assunto, sendo importante em todos os aspectos. Há tabus principalmente sobre a vida sexual do casal, da readaptação em relação ao sexo, a sexualidade precisa reacender. A terapia precisa estar atuante pois ajudará o casal a voltar aos poucos a vida normal, dando vazão a imaginação, atividades físicas, acessórios, ressaltando o acompanhamento de orientação médica.  A intimidade na conjugalidade deve ser aprendida, pois o momento requer. O diálogo com honestidade entre o casal é essencial; conhecer o próprio corpo, através de toques, assim perceberá onde há maior sensibilidade em seu corpo; não cobrar-se tanto; tudo isso deixará espaço para leveza para si e entre o casal. É primordial a ajuda terapêutica tornando a trajetória com desafios menores, enfatizando a intimidade. Nesse cenário a queda da autoestima, a depressão e a ansiedade estarão mais presentes em alguns casos. Mas a espiritualidade, e a participação de grupos de apoio ajudam a enfrentar o estresse desse período.

 



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