As mudanças na forma de estudar


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15 de maio de 2020

Tempo de Leitura: 4 minutos

As mudanças na forma de estudar


Com as aulas presenciais suspensas, escolas e universidades buscam alternativas para continuar ensinando. Já os alunos buscam meios de manter a mesma rotina de estudos em casa

Nas escolas
As aulas da rede pública ficarão suspensas no Rio Grande do Sul pelo menos até junho. Para permitir que isso ocorra, o recesso de inverno, que normalmente acontece em julho, foi antecipado para maio. Assim, a expectativa é de que o ano letivo termine em janeiro de 2021. Para manter a carga horária anual dos estudantes, os professores estão utilizando diversos recursos, desde a distribuição presencial de tarefas e materiais didáticos aos pais ou responsáveis pelos estudantes que não têm acesso à internet até a utilização de plataformas digitais e rede sociais, como Facebook e WhatsApp, aplicativos, blogs, jogos interativos e atividades planejadas. O planejamento dos conteúdos e a preparação das dinâmicas pedagógicas, conforme orientação da Secretaria da Educação, é realizado pelos educadores a partir das possibilidades de cada comunidade escolar.

Nas universidades
As Universidades adotaram as aulas remotas neste momento de pandemia provocada pela Covid-19 para seguir o calendário pedagógico do semestre. Os professores enviam atividades e também fazem grupos de discussão e encontros utilizando as ferramentas online. Aqui destacamos uma iniciativa da Universidade de Passo Fundo (UPF) que, pensando em uma forma de viabilizar a execução dessas atividades para todos, fará o empréstimo de notebooks a estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação que não disponham dos equipamentos em suas residências. A reitora da UPF, Dra. Bernadete Dalmolin, reitera que a Universidade está disponibilizando os recursos necessários para que seus estudantes possam realizar o acompanhamento das aulas e atividades propostas das suas residências. “Entendemos que é fundamental que todos possam, da mesma forma, dar continuidade à sua rotina de estudos”, salienta. Todas as informações sobre o processo estão disponíveis no edital, que pode ser acesso no site www.upf.br/editais.

No ensino de línguas
As escolas de língua estrangeira também estão se adaptando as aulas remotas. A Rockfeller, de Passo Fundo, começou a pensar em alternativas para dar continuidade às aulas assim que a notícia da suspensão foi anunciada. “Junto a Rockfeller Franchising, foi encontrada a solução de seguir com as aulas de forma remota e, uma semana depois da suspensão, os alunos da metodologia adulta já puderam dar sequência ao calendário pedagógico – e estão tendo aulas remotas desde então”, destaca o Diretor das unidades passo-fundenses da escola, Éder Leal. O maior desafio foi adaptar as aulas para as crianças e adolescentes, que tiveram atividades extracurriculares até o mês de maio, quando retornaram a estudar através da metodologia da escola. Segundo Éder, as aulas remotas têm tido uma boa aceitação pelos alunos e pais, afinal, todos entendem a necessidade de se adaptar a esse momento. “Mantemos um contato muito próximo através dos grupos de turma, das redes sociais, de reuniões… Nossos professores acompanham os alunos com muita atenção!”. Para manter a motivação nos estudos, Éder diz que é importante lembrar que, por mais que estejamos em casa, esse não é um período de férias. “Precisamos ter foco para continuarmos progredindo. É muito importante separar um horário para se dedicar aos estudos. Logo, logo tudo isso vai passar e vamos tirar muitas coisas positivas dessa situação!”.

Como estudar em casa em tempos de quarentena?

A pedagoga Débora Dal Bosco fala sobre os desafios que surgem com as novas modalidades de estudo – e garante que é possível se adaptar a esse novo formato

Patrícia é uma adolescente de 14 anos que adora conversar com seus amigos.  Presencialmente ou através das mídias sociais, ela passa horas batendo papo com sua turma. Curte tudo no Instagram, tem grupos no Whatsapp e adora assistir no YouTube. Estudar nunca foi o forte dela. Sempre passou de ano, mas estudando na véspera das provas e com o apoio, muitas vezes, de professores particulares. Ainda sem noção do grave problema do Covid-19, Patrícia acha que está de férias da escola e que daqui a pouco tudo isso vai passar, dando pouca importância às atividades que chegam da escola pelas plataformas virtuais.

Patrícias, Fernandas, Ricardos, Josés, Felipes, Marinas, Sofias, e Robertas são milhões de crianças e adolescentes tendo que viver uma quarentena forçada que nenhum de nós adultos precisou viver. Não passamos por isso nem como adultos, muito menos como crianças ou adolescentes.  E passar por isso em uma nova era com tanta distração de fácil acesso, pode ser muito bom para quem quer se divertir, mas não para quem precisa manter uma rotina de estudo, pois corre o risco de perder o ano letivo. Mas, é disso que, nós adultos, fomos, em parte, salvos. Por termos sido salvos, por não termos vivido isso na infância ou na adolescência, não sabemos como lidar com esta situação e nem como lidar com as crianças e adolescentes que vivenciam este momento.

Esse mundo virtual, que tanta coisa positiva trouxe, traz também um grande problema: o tempo que conseguimos ficar focados atualmente numa atividade, vem reduzindo assustadoramente! Atualmente, pesquisas apontam que a capacidade de um adulto se manter concentrado numa palestra não passa de 12 minutos! Culpado: a velocidade do mundo virtual e seus truques para nos manter conectados. E a parte do cérebro que é responsável por nos permitir ter alguma noção e controle sobre isso chama-se córtex pré frontal. O processo de planejamento, visão de longo prazo, administração do tempo, ou seja, tudo que controla nosso foco, fica nessa região e ela só está totalmente formada após completarmos 21 anos de idade.

Então não adianta ficarmos falando para nossos filhos sobre a importância do estudo, sobre a necessidade do planejamento, sobre o quanto é necessário dividirmos bem nosso tempo. Precisamos ensiná-los a fazer isso. Para tanto, faz-se necessário metodologia, acompanhamento, conhecimento, tempo e paciência. Neste momento de quarentena podemos ensinar muita coisa aos nossos filhos, mas antes precisamos aprender ou pedir ajuda a alguém que conheça o caminho. A AFPEEC (Assessoria Familiar Para Estudos Em Casa) é, com certeza, uma excelente opção para dar esse suporte.

Débora Dal Bosco
Pedagoga, Franqueada Escolas de Apoio Meu Dever de Casa
AFPEEC (Assessoria Familiar Para Estudos Em Casa)
(54) 99136-1182



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