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De volta às raízes: ator Marcelo Argenta compartilha novos projetos na região


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27 de outubro de 2024

Tempo de Leitura: 6 minutos

De volta às raízes: ator Marcelo Argenta compartilha novos projetos na região


Depois de morar no Rio de Janeiro por 20 anos, o ator Marcelo Argenta está de volta à sua cidade natal, Passo Fundo, onde pretende dar vida a novos projetos que visam fomentar a cultura no Estado. Em entrevista à Contato VIP, ele relembrou sua trajetória e compartilhou seus próximos passos profissionais 

Quem vê o currículo e os trabalhos de Marcelo Argenta, imagina que ele sempre cultivou o desejo de tornar-se um grande ator. Porém, sua história não foi assim. O pensamento de tornar-se um ator surgiu somente quando ele já estava na faculdade, quando cursava ciência da computação, na UPF. “Eu jamais imaginei ser ator. Algumas pessoas de agências até me chamavam para participar de comerciais, mas nunca me interessei. Naquele momento, com 20 anos, tive a oportunidade de  participar de um workshop de Teatro que aconteceu aqui em Passo Fundo. Foi muito legal, mas nada promissor. Seis meses depois, foi organizada uma excursão para o Rio de Janeiro, com os participantes do workshop, para fazer alguns trabalhos. Todo mundo voltou e eu fiquei – e aí foi o início da minha história”, conta. 

Marcelo chegou às telas do Brasil inteiro – e também do mundo, por meio das novelas exportadas pelo nosso país – mas sempre lembrou com muito carinho de suas origens. “Estudei em escola pública, no Jerônimo Coelho, depois no Cecy Leite Costa e, aos 17 anos entrei na faculdade, que cursei por três anos e meio. Nessa época eu trabalhava na Coca Cola e estudava a noite”, relembra. 

Na época, Marcelo havia ficado duas semanas a mais no Rio, mas ainda não sabia se ficaria lá, afinal, iniciar uma carreira no meio artístico não é uma tarefa fácil, ainda mais para alguém vindo do interior. Porém, conexões importantes começaram a acontecer naquele momento. “Conheci um casal de Caxias do Sul que me convidou para dividir o apartamento com eles. Então, eu tinha onde morar lá. Depois, conheci uma pessoa que me indicou uma escola de teatro e tudo foi acontecendo! A escola ficava no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana, um teatro clássico do Rio de Janeiro. A dona da escola, sabendo que eu era do sul, da dificuldade de se manter lá, me deu 50% de bolsa para estudar na escola, de onde eu saí formado como ator, com registro profissional. Quando entrei nessa escola, tranquei a faculdade e pedi demissão do meu emprego. Comecei a fazer teatro e tive a realização: é isso que eu quero fazer da minha vida”, recorda. 

Marcelo então trabalhou em eventos à noite, fazia figuração, até que começou a mandar seu material para produtoras de elenco de comerciais – e assim ele se tornou o “garoto propaganda” de grandes marcas, sendo que seu primeiro grande cachê foi em um comercial para os Correios, anunciando o serviço do Sedex 10. Na época, fazendo parte de campanhas de nível nacional, Marcelo precisou trabalhar o seu sotaque para perder o som do “R”, característico do sul, e se comunicar de forma mais “neutra” com o país. 

Carreira na televisão
O primeiro contrato de Marcelo na Rede Globo, foi na novela “Cobras e Lagartos”, onde ele fez parte do elenco de apoio, sendo um dos funcionários da loja que fazia parte da trama. “Fiz o teste, passei, e pra mim foi uma grande escola! Eu tinha algumas cenas e, quando terminava de gravar, pedia para ficar assistindo. Aprendi muito observando o diretor Wolf Maia dirigir Marília Pêra, Francisco Cuoco, Mariana Ximenes e outros grandes nomes. Essa experiência foi em 2007, mas o meu primeiro trabalho como elenco principal foi somente em 2013/14, na novela “Amor à Vida”, em que fiz o personagem Vanderlei, que foi a primeira novela das 21h de Walcyr Carrasco. Também foi a primeira novela da Tatá Werneck, com quem tive muitas cenas. Eu digo que ‘furei uma bolha’ ao participar dessa novela, pois era algo muito difícil abrir uma vaga para alguém totalmente de fora. A produtora me chamou para o teste desse personagem após uma participação que fiz no final da novela Cheias de Charme”, destaca. O personagem de Marcelo cresceu muito durante a novela, chegando até a ter cenas no último capítulo. Em 2016, ele foi escalado para uma novela de época que também fez muito sucesso: “Êta Mundo Bom!”, onde fez o personagem Lauro. Lá ele trabalhou com Ary Fontoura, Marco Nanini, Elizabeth Savalla e outros nomes importantes da televisão.  

Na novela “Amor à Vida”, em cena com a atriz Fabiana Karla

Na sequência, Marcelo recebeu um convite para trabalhar na Record. “Havia uma rixa entre as emissoras e diziam que se você fosse para a Record, você não voltava para a Globo. Decidi ir e tive um grande crescimento profissional lá, com personagens maiores e desafiadores, experimentando o lugar de vilão. Lá fiz as novelas “A Terra Prometida”, “Apocalipse” e “Gênesis”. Como meus trabalhos são contratos por obra, ao terminar uma novela estava livre para aceitar outros trabalhos. Assim, em 2019, fui para a Malhação, onde fiz o personagem Breno, que se envolvia com a questão do abuso sexual. Essa foi uma temporada indicada ao Emmy Internacional, que é o Oscar da televisão”, comenta. 

Marcelo como o personagem Gurik, na novela Gênesis | Foto: Marco Brozzo

 

O retorno para Passo Fundo

A gravação da novela Gênesis, na Record, passou pelo período da pandemia – e foi justamente nesse momento que o ator começou a alimentar o seu desejo de retornar a Passo Fundo. Em 2019, ele havia sido convidado por uma produtora de Porto Alegre para ser o protagonista de um curta que seria gravado em Guaíba – e aí a vontade de fazer mais coisas pelo Sul falou mais alto. “Em 2022 recebi outro convite para um filme aqui no sul, um projeto no qual eu sou protagonista, sendo esse o meu primeiro protagonista do cinema. É um projeto grande, orçado em R$4 milhões, e isso fez com que eu quisesse estar mais próximo para poder dedicar uma atenção maior. Então, no ano seguinte, resolvi vir para Passo Fundo. Queria também estar mais perto da família e começar a projetar coisas aqui”, destaca. 

Em nossa entrevista, Marcelo compartilhou que enfrentou, nesse período pós-pandemia, um quadro de ansiedade e depressão – que o fez querer mudar algumas coisas em sua vida. “Não fechei portas no Rio de Janeiro, mas estou escolhendo fazer o que faz sentido nessa nova fase da minha vida e, nesse momento, quero fomentar coisas. Vejo que o nosso Estado está se desenvolvendo na questão cultural e quero fazer projetos aqui, empregar pessoas daqui, quero que as pessoas saibam que é possível, pois é a cultura que fomenta a vida das pessoas. Quanta gente vem para Passo Fundo nos finais de semana para ir ao cinema? Para participar de eventos como o Festival de Folclore? As pessoas querem consumir cultura. Por isso quero fazer a minha parte e estou contando com muitas pessoas talentosas para me auxiliar nesses novos projetos”, destaca. 

Marcelo já realizava alguns trabalhos e workshops com atores por meio de escolas. E quando ficou sabendo dos editais de fomento à cultura do país, em especial a Lei Paulo Gustavo, resolveu criar um workshop de capacitação para atores, que se enquadra nas propostas da lei. “Fomos contemplados e o nosso intuito era levar esse trabalho para cidades que não têm acesso à cultura, pois podemos descobrir verdadeiros gênios que só precisam de uma oportunidade. Porém, o projeto foi aprovado na época em que aconteceram as enchentes no nosso Estado, então mudamos a proposta e criamos um material didático com videoaulas que foi aprovado. Também escrevi um livro contando toda a trajetória do ator, com um passo a passo para quem sonha em seguir por esse caminho”, destaca.

Marcelo veste @concept.formen

O ator explica que a ideia do workshop nasceu a partir dos muitos pedidos que ele recebia de pessoas que queriam ajuda para entrar no meio artístico. “Infelizmente, nesse meio, ainda existem muitos profissionais que não são transparentes e que se aproveitam do sonho de jovens para faturar. Por isso, também quero oferecer esse workshop/mentoria de forma particular, para poder partilhar todo o conhecimento que eu tenho e guiá-los. Acredito que muitas pessoas se identificam com a minha história, pois venho do interior, não sou filho de alguém que tem contatos… Trabalhei muito e fiz muitos testes para chegar nos lugares em que cheguei”, comenta. 

Marcelo ressalta que hoje é possível morar em uma cidade fora do eixo Rio-São Paulo e trabalhar como ator, pois, atualmente, os testes podem ser feitos com o envio de um material em vídeo, não sendo mais necessário ir até o estúdio das produtoras para realizar os testes. “Hoje qualquer pessoa que está aqui em Passo Fundo, Marau, Carazinho, qualquer cidade do interior do Brasil, pode fazer um teste e ser visto”, afirma com otimismo. 

Assim, paralelo a esses projetos, Marcelo continua trabalhando no filme em que é protagonista, no qual seu personagem terá como mãe a atriz Nívea Maria. O ator também tem outros dois projetos de longa-metragem nos gêneros horror e fantasia que pretende trazer para o Estado, com roteiro e direção do diretor Marcos DeBrito, de São Paulo, uma referência no cinema de horror e fantasia no país.

Para saber mais sobre o trabalho do ator, acompanhe-o pelo Instagram @marceloargentaoficial 



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