Felipe Lemos – Referência no teatro e no cinema de Passo Fundo, Diretor vive novas fases da sua carreira

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24 de abril de 2025

Tempo de Leitura: 5 minutos

Felipe Lemos – Referência no teatro e no cinema de Passo Fundo, Diretor vive novas fases da sua carreira

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Com uma carreira consolidada na arte e na formação de novos artistas, Felipe Lemos relembra a sua trajetória ao compartilhar novos projetos internacionais e um novo filme que será produzido em Passo Fundo

A arte é uma constante em nossas vidas. É o que nos faz pensar, chorar, rir e contemplar – é o que nos faz dar sentido a tudo o que vivemos. E quem vive de arte, vive uma vida muito feliz, pois vive fazendo o que ama, como acredita o ator, diretor, professor e, essencialmente artista, Felipe Lemos. Dá pra sentir, só de conversar um pouquinho com ele, que se empolga falando sobre cada processo dentro do mundo artístico, toda a paixão e felicidade que ele sente por viver de arte.

Natural de Passo Fundo, desde a infância, Felipe esteve cercado por arte. Sua avó era ligada ao artesanato, seu pai era carnavalesco – e assim sua família teve uma breve conexão com o carnaval, criando adereços e carros alegóricos. Mas foram os momentos em família, sempre acompanhados por filmes e discussões sobre cinema, que ajudaram a moldar sua percepção artística. Ainda criança, ele se encantou com o teatro ao assistir uma apresentação do Sítio do Picapau Amarelo e se perguntou: “Por que eu não posso estar no palco ao invés de ser apenas espectador?”. A pergunta de um Felipe ainda criança seguiu com ele até o momento de decidir seu futuro profissional, quando cogitou seguir por uma área de comunicação, mas ainda ouvia o chamado da arte. “Estava me preparando para ir para São Paulo e Rio de Janeiro para tentar fazer Televisão, com tudo certo para ir, quando abriu um curso de Produção Cênica aqui na Universidade de Passo Fundo. Resolvi ficar, me inscrever no curso e estudar, já pensando em uma projeção de carreira, pensando no que minha cidade precisava através das artes e o que eu poderia mudar na história de outros jovens que também tinham que ir embora para trabalhar com arte. Pensei, por que não ficar aqui e transformar a minha cidade em um novo celeiro artístico?”, relembra. 

Em uma época em que a profissionalização da arte ainda era incipiente aqui, Felipe percebeu a necessidade de estruturar o ensino e criar um espaço onde artistas pudessem não apenas se formar, mas também construir carreiras sustentáveis. Assim, com a ajuda de parceiros e ex-sócios, nasceu a Escola de Atores – DIA Indústria da Arte. Com um método próprio de ensino, ao longo dos anos, Felipe desenvolveu abordagens inovadoras, como a “Atuação Total”, que prepara o artista para compreender todas as etapas do processo, desde o figurino até a atuação; e também a abordagem de “Autonomia Teatral”, conceito elaborado depois de pesquisas, que reforça a independência criativa dos artistas.

Sua escola já formou mais de 5.000 alunos, muitos deles destacados em grandes produções nacionais e internacionais. A metodologia inovadora também atraiu estudantes de países como México, Panamá, Colômbia, Peru e Argentina, ampliando ainda mais o alcance de seu trabalho. “Com quase 15 anos de escola, temos lindas histórias de alunos que começaram a estudar com a gente quando crianças e que hoje são profissionais da área, são meus parceiros em projetos e, inclusive meu sócio hoje, Deméter Zoehler Ferreira, foi meu aluno. Acreditamos no processo e hoje posso dizer que somos um marco na história dessas pessoas – e que elas são um marco na nossa história”, diz Felipe. Para ele, arte e empreendedorismo devem caminhar juntos. “O artista precisa se enxergar como uma empresa. Ele deve saber para onde quer ir desde o primeiro dia no palco ou na sala de aula”, reflete. Esse pensamento estruturado é o que permitiu que Felipe e sua escola transformassem vidas, formassem talentos e colocassem Passo Fundo no mapa das artes cênicas.

Junto a sua trajetória no ensino, Felipe construiu uma carreira sólida na direção teatral e cinematográfica. Com mais de 150 peças teatrais dirigidas, ele também levou sua visão artística para o cinema, dirigindo três longas-metragens e mais de 30 curtas. Sua sensibilidade e olhar apurado renderam reconhecimento internacional e diversos prêmios, consolidando sua posição como um artista multifacetado e inovador. Um dos marcos em sua trajetória foi o Prêmio TOYP JCI Êxito Cultural (Ten Outstanding Young Persons of the World), reconhecimento concedido a jovens que impactam suas áreas de atuação de forma transformadora. Ao lado de nomes como John F. Kennedy, Jackie Chan e Elvis Presley, Felipe viu seu trabalho ser exaltado globalmente, reforçando sua relevância no cenário artístico. Neste ano, seu último filme, “Por uma alegre meia tarde”, será inscrito no Festival de Gramado, em mais uma oportunidade de levar o trabalho feito por artistas daqui para outros públicos. 

 

Novas fases, novos projetos, mesmos ideais
Atualmente, Felipe vive um novo momento de sua carreira e de sua vida pessoal. De um lado, está colhendo os frutos de oportunidades que plantou na Europa e na América do Norte, depois de passar por 22 países em um turismo artístico – e do outro, vive as primeiras descobertas do mundo com a chegada da sua filha. “Quero que minha filha sinta orgulho do seu pai. Quero que ela saiba que eu lutei todos os dias para alcançar meus sonhos e dar vida aos dela. A carreira internacional está abrindo portas não só para mim, mas para meus alunos, para minha filha, para a minha cidade – e isso é muito importante, nunca vou abandonar a minha cidade. Eu vou, mas volto para devolver tudo o que a cidade me deu”, destaca Felipe, que neste ano ainda estará em Veneza, na Itália, ministrando um workshop. 

Hoje, além de atender os alunos de sua escola, ele também se preocupa com a formação daqueles que não têm acesso ao ensino privado, trazendo para Passo Fundo projetos culturais públicos, financiados por editais federais. Hoje está em andamento o projeto “Luz, Câmera, Passo Fundo!”, selecionado pelo Edital SEDAC/LPG nº 14/2023, com despesas financiadas pela a Lei Complementar n 195/22 Lei Paulo Gustavo (LPG) Pró-Cultura RS. 

Como diretor, Felipe se prepara para dar outro grande passo em sua carreira com a produção de um novo filme em sua terra natal. “Estamos com um texto pronto para gravar há mais de 5 anos, que mostra quem nós somos e quanta poesia nós temos entre nossos artistas. Quero com esse filme valorizar os talentos locais e consolidar a indústria audiovisual na região”, comenta. Mesmo que os recursos não venham de grandes patrocinadores, Felipe está pronto para financiar o projeto com apoio de pessoas próximas, provando que a arte local é digna de reconhecimento e investimento. 

Além das novidades, Felipe e a Escola de Atores mantêm firme o Festival de Cinema promovido em Passo Fundo há quatro anos, que lança novos curtas em cada edição, capacitando profissionais e fortalecendo a cena cultural; sem falar na Mostra de Teatro é Fazer, que já está na 14ª edição, tendo contemplado mais de 20 mil pessoas ao longo desses anos.  

Ao olhar para trás, Felipe percebe que não apenas construiu uma carreira de sucesso, mas criou oportunidades para que outros artistas também pudessem crescer sem precisar abandonar suas raízes. “Antes, para dar certo com arte, era preciso ir embora. Hoje, conseguimos provar que podemos formar grandes talentos aqui, e que esses talentos podem brilhar no mundo inteiro”, afirma. Felipe se consolida como um inovador, um educador e um visionário que segue desbravando novos caminhos para a arte local e brasileira no cenário global. Sua história ainda tem muitos capítulos por serem escritos – e cada um deles promete ser tão inspirador quanto sua trajetória até aqui.

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