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MAVRS/UPF apresenta exposição fotográfica sobre religiões de matriz africana


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4 de junho de 2025

Tempo de Leitura: 3 minutos

MAVRS/UPF apresenta exposição fotográfica sobre religiões de matriz africana


Mostra “Memória, Orgulho e Identidade” valoriza a presença dos terreiros no interior gaúcho e poderá ser visitada gratuitamente a partir de 17 de junho

A Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), recebe a partir do dia 17 de junho a exposição “Memória, Orgulho e Identidade”, um projeto que propõe uma imersão visual nos terreiros de religiões afro-brasileiras presentes no interior do Rio Grande do Sul. A visitação é gratuita e aberta à comunidade.

Financiada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul via Pró-cultura e com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), a iniciativa destaca a presença ancestral e cultural das religiões de matriz africana fora dos grandes centros urbanos, com ênfase na região norte do estado.

A mostra reúne 31 fotografias, captadas pelo repórter fotográfico Diogo Zanatta, em seis casas religiosas nas cidades de Passo Fundo e Carazinho. As imagens retratam espaços, rituais e lideranças espirituais que resistem ao racismo estrutural e à intolerância religiosa com força e persistência.

O biólogo Alexandre Vieira, participante do projeto ” Memória, Orgulho e Identidade” posa em um espaço sagrado de sua religião em Passo Fundo — local que já foi alvo de vandalismo religioso. FOTO: DIOGO ZANATTA.

Para a curadora do projeto, Patricia Vivian, a exposição é um convite à reflexão: “A exposição é uma forma de valorizarmos a ancestralidade e reafirmarmos a liberdade religiosa como um direito fundamental. Ao trazer para o espaço museológico as imagens e as histórias das religiões de matriz africana, convidamos o público a refletir sobre o respeito às diferenças e o combate ao preconceito. É também um chamado para que os museus assumam seu papel como lugares de escuta, diversidade e reconhecimento das vozes historicamente silenciadas.” afirma Patrícia.

Segundo Zanatta, que já documentou outras práticas religiosas em sua trajetória, essa foi uma das experiências mais profundas de sua carreira: “Mais do que captar imagens, era preciso entender o lugar, a fé, e o simbolismo de cada gesto. Em muitos momentos, eu deixei de fotografar para simplesmente observar e aprender. A fotografia aqui não era só registro, era uma forma de comunicar, de tocar o outro, de romper com preconceitos — inclusive os nossos. Foi um dos maiores projetos que participei.”

Momento de celebração em terreiro de Passo Fundo. FOTO: DIOGO ZANATTA

De acordo com dados do IBGE, cerca de 1,48% da população do Rio Grande do Sul se declara praticante de religiões de matriz africana — número superior ao de estados como Rio de Janeiro e Bahia. No entanto, o preconceito religioso ainda é uma realidade preocupante: somente em 2024, o Brasil já registrou mais de 3800 denúncias de violação à liberdade religiosa, sendo a maioria das vítimas pessoas negras e praticantes dessas religiões.

Além da exposição, o projeto também contempla o lançamento de um livreto educativo e conteúdos audiovisuais que serão disponibilizados nas redes sociais, com o objetivo de ampliar o alcance da ação e fortalecer os debates em torno da diversidade religiosa.

Pai Ramon Endges realiza cuidado ritual diante do altar de sua casa religiosa, em Passo Fundo. Vestido de branco — cor associada à paz e à purificação. FOTO: DIOGO ZANATTA.

Após a sua estreia em Passo Fundo, a exposição será levada a outras cidades do estado, com itinerância já confirmada em Marau, Erechim, Carazinho e Palmeira das Missões.

Mais informações estão disponíveis no site oficial do projeto: https://memoriaorgulhoidentidade.com/

 

Mãe Carmem Holanda, referência na defesa das religiões de matriz africana em Carazinho. Além de sua liderança espiritual, atua como educadora e desenvolve um trabalho comunitário fundamental com crianças em situação de vulnerabilidade nos bairros periféricos da cidade. FOTO: DIOGO ZANATTA.



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