Matérias do autor


9 de maio de 2018

Tempo de Leitura: 2 minutos

O que muda de 2017 para 2018


Rituais místicos e crenças marcam a virada do ano, todos os anos. Caminhando pela cidade foi possível perceber que as vitrines das lojas ficaram repletas das cores-símbolo outra vez: branco, amarelo, verde e vermelho. Todo mundo quer se certificar de que tenha comprado a cor certa de roupa para que 2018 seja um sucesso.

Particularmente, acredito muito mais no poder da escolha do que nos símbolos ou rituais. Sabe qual é a diferença entre o dia 31 de dezembro e o dia 1º de janeiro? Nenhuma. Tudo depende das escolhas que você fará.

Entra ano e sai ano e a maioria das pessoas insiste nas mesmas escolhas, esperando que tudo seja diferente, apesar da calcinha amarela e da cueca verde. Pulam sete ondas, comem 12 uvas, enchem os bolsos de lentilhas e a carteira de sementes de romã. E no dia 2 voltam para seus empregos que não valorizam suas potencialidades, para seus relacionamentos falidos, para sua geladeira cheia de industrializados que fazem mal à saúde e para sua rotina estressante, torcendo fervorosamente para que aquele galhinho de arruda faça sua parte.

A questão crucial não é a crença em si: cada um é livre para acreditar no que quiser. Inclusive creio que a fé é um componente essencial à sobrevivência. O problema é esperar que somente um ritual seja responsável por um ano melhor. Um bom ano é feito de boas escolhas. Nem sempre vamos acertar, certamente teremos frustrações, mas sair de cima do muro e fazer uma escolha diferente já é um começo promissor.

Eu desejo um 2018 muito melhor, na política, por exemplo. Mas isso depende muito mais do meu voto do que da minha positividade. Escolher com consciência coletiva, com conhecimento dos candidatos, com real preocupação sobre o futuro do País é mais eficaz do que cruzar os dedos esperando uma mudança sobrenatural de cenário. E essa é a lógica para todo o resto.

A mudança que tanto esperamos ver este ano, nas instituições, nas relações, na economia, no modo de vida das comunidades, no padrão de consumo, de beleza, de julgamento, de pensamento, ela começa quando individualmente fazemos escolhas diferentes das que fizemos até aqui. Esse é o pozinho mágico que foi lançado na noite da virada. Então o que muda de 2017 para 2018? Me diga você.

 

 



Veja também