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AO VIVO E EM CORES


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31 de agosto de 2015

Tempo de Leitura: 2 minutos

AO VIVO E EM CORES


Quando digo que não tenho smartphone, as pessoas arregalam os olhos, como se eu estivesse dando uma declaração bombástica sobre a verdadeira identidade do assassino de Odete Roitman. Não, não tenho mesmo, pode voltar a respirar e a ler.

Acho a tecnologia interessante, principalmente pelas facilidades que oferece e o fácil acesso à informação, especialmente quando ela é necessária. Mas para se comunicar com as pessoas, falar sobre ideias e se conectar emocionalmente, ainda prefiro o jeito antigo – olho no olho.

Me dá aflição uma roda de conversa em que as pessoas estão grudadas no aparelho, ao invés de conversarem entre si. Não aguento essa nova forma de se relacionar, em que as pessoas são capazes de nem se quer estarem se falando na vida real, mas publicarem homenagens longas e emocionadas entre si nas redes sociais . É estranho, gente, é muito estranho.

As pessoas estão perdendo a habilidade de conversar. Estão se aprimorando nas técnicas de “como discutir no ambiente público virtual”, mas perderam totalmente a capacidade de conversar para resolver problemas. Haja vista o tanto de ataques virtuais e o aumento do discurso de ódio propalado nas redes. O discurso de ódio não é só o que dizem por aí: fundamentalismo político ou religioso, ignorância, interesse de determinadas classes – tem muito a ver, simplesmente, com oportunidade.

Um estudo canadense publicado no início do ano, feito com usuários de telefone com acesso à internet mostrou que, quanto mais as pessoas recorrem a estes aparelhos, mais podem ser prejudicadas na tomada de decisões. O trabalho foi publicado no jornal Computers in Human Behavior e concluiu que os indivíduos que mais dependem de seus smartphones como fonte de informação são pensadores mais preguiçosos.

Não houvesse nenhum estudo na área, a gente já saberia disso. Eu desconfio, inclusive, que as pessoas não estão ficando apenas mais preguiçosas para pensar e sim, que elas estão se recusando a falar pelo modo convencional, ou seja, com a boca. Talvez até consigam formular o pensamento, mas prefiram continuar o que estavam fazendo em seus aparelhos de telefone celular, a manter uma conversa sobre o assunto.

Tem coisas na tecnologia que nos surpreendem e nos fascinam, não dá para negar. Tem coisas que foram feitas para ela e que realmente facilitam a vida. Tem coisas que são interessantes no ambiente virtual. Mas conversar, se relacionar e conviver, definitivamente, não estão entre elas.



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