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De que lado você está?


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18 de setembro de 2015

Tempo de Leitura: 2 minutos

De que lado você está?


Não assisti ao reality culinário Masterchef Brasil exibido pela Band, porque no horário em que ele foi transmitido ou estou dormindo, ou estou próxima disso. Mas acompanhei as notícias no dia seguinte, dando conta de quem venceu, do menu escolhido, da repercussão nas mídias.

Se por um lado me estarrece a “gordofobia” despejada nas redes sociais em função da vencedora Izabel estar acima do peso, por outro, não me choca mais. É apenas mais um exemplo da sociedade que está se especializando em julgar e polarizar, estratificar, rotular, marginalizar e publicar tudo o que pensa, sem filtro, sem dó.

Reafirmo o que sempre digo nesses casos: ninguém é obrigado a gostar, achar bonito, abraçar, receber em casa e dormir de conchinha com aqueles cujo modo de vida não lhe parece aceitável. Não, ninguém é obrigado. E querer obrigar, também é oprimir. Mas o respeito, se não é obrigatório, deveria ser.

Respeito deveria ser ensinado ao bebê, antes de nascer. Deveria ser currículo na escola, na creche, no berçário. Deveria ser currículo na faculdade. Deveria ser requisito para sentar à mesa nas refeições. Algo do tipo assim: “filho, você respeitou as pessoas hoje? Sua aparência, suas escolhas, seu modo de vida?”. “Sim pai, respeitei. Não concordei com tudo, tem coisas que me incomodam, mas sim, respeitei, completamente”. “Muito bem, então agora você pode sentar e comer”. Deveria ser assim.

Infelizmente, ao contrário disso, o desrespeito é ensinado em casa. Às vezes, é disseminado na escola. É sutilmente inserido no convívio social. Essa coisa estranha que faz as pessoas acharem que podem dizer o que pensam, da forma como querem a todo mundo, indistintamente, vem daquele comportamento feio de distinguir as pessoas por suas características físicas, comportamentos e escolhas e falar isso, quase que como uma forma de doutrinar.

Às vezes, nem percebemos. “Ah sim, a loja que você está procurando é aquela ali, que tem uma gorda sentada em frente” ao invés de “ah sim, a loja que você está procurando é aquela ali, que tem uma moça de blusa azul sentada em frente” é um exemplo bem comum de como falamos até sem pensar. E esse é só um caso, tem coisa muito pior.

Porém, apesar dos indicativos mostrarem que a coisa vai de mal a pior, ainda acredito que é possível mudar esse comportamento desrespeitoso com educação. Educação familiar que ensine a respeitar as diferenças, sem anular as preferências, sem obrigar a ser igual. Que ensine a amar as pessoas, mesmo que não concorde com elas. Que ensine a acolher, ao invés de rejeitar. E educação escolar inclusiva, que incentive o diálogo e não cultive a intolerância.

Quando existe respeito, não é necessário escolher um lado para militar. Porque a militância nem sempre é saudável. A militância às vezes é cega e irracional. Quando existe respeito, existe convívio e isso é muito melhor do que o isolamento provocado pela polarização – cada um com o seu pensamento e um enorme abismo no meio. Eu, pelo menos, tento fazer a minha parte. E você? De que lado você está?



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