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Paradigmas da saúde mental


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18 de setembro de 2015

Tempo de Leitura: 2 minutos

Paradigmas da saúde mental


Ouve-se muito falar em quebra de paradigmas. Mas o que é um paradigma? De maneira simplificada seria um padrão que engloba um conjunto de condutas que devem ser praticadas apoiadas em princípios de ordem religiosa, ética, moral e outras. Por exemplo, um determinado sujeito pode se guiar pelo paradigma político do socialismo e outro pelo do capitalismo.

A preocupação neste artigo recai sobre os paradigmas da psicopatologia, ou seja, em questionar e avaliar quais são os padrões que norteiam a classificação das doenças mentais.

Apartando o paradigma da classificação psiquiátrica nosológica (C.I.D. e D.S.M) orientado pela distinção entre saúde e doença nos diversos quadros, através do agrupamento de um conjunto de sintomas que os categorizam, surge em evidência o paradigma da Psicanálise que coloca a saúde e a doença conforme a singularidade de cada sujeito. Nesta segunda visão, há traços ditos psicopatológicos e traços ditos saudáveis em todos os indivíduos. Considera-se que a única definição possível de normalidade é a que segue o parâmetro estatístico calculado de acordo com médias e desvios, mas que não se adequa a saúde mental.

Para explicitar, pode-se dizer que os limites entre as estruturas psíquicas e suas psicopatologias que, segundo a visão lacaniana, seriam a Neurose, Psicose e Perversão, não são claros, existindo assim um tênue limite entre patologia e normalidade. Expressões populares são pertinentes: “Ninguém é louco vinte e quatro horas por dia.” -“De médicos todos temos um pouco.” – “De perto ninguém é normal”. Desta forma, afirma-se que na neurose, pode haver traços psicóticos e perversos; na psicose, pode haver traços neuróticos e perversos; na perversão, pode haver traços neuróticos e psicóticos. A loucura também pode ser compreendida como um estado num determinado momento que pode ou não se cristalizar num quadro depressivo ou psicótico, por exemplo. E mesmo quando se torna “crônico”, com o tratamento devido, o sujeito pode se manter estável por longos períodos e ter qualidade de vida.

Posto de outra maneira pode-se indagar: Que loucura é essa que cada um de nós traz e carrega consigo? Por que muitas pessoas talentosas, grandes artistas, pessoas comuns, refletem personalidade instável e labilidade afetiva? Por que não permanecemos sempre estáveis?

Certamente, a vida emocional possui uma lógica própria em cada sujeito. Então não seríamos todos um tanto bipolares no sentido de que nossas emoções podem se intensificar em dados momentos e se estabilizar em outros?

Para finalizar: Qual seria o melhor paradigma no campo da saúde mental: rotular ou não rotular? Diagnosticar para encaixar o paciente dentro de uma classificação geral simplesmente e puramente, ou compreender a sua psicodinâmica intrasubjetiva e intersubjetiva singular, através de outros elementos como a sua história de vida, vivências passadas e atuais. Ou podemos nos valer dos dois paradigmas, avaliando o benefício de ambos, propondo o conjunto de ações para alguns pacientes com indicação terapêutica de psicoterapia psicanalítica e acompanhamento psiquiátrico medicamentoso. Conclui-se assim que os paradigmas em saúde mental podem ser distintos sem que isso os torne excludentes sendo que o valor maior sempre deverá ser o bem estar do paciente.



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