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Relacionamento amoroso e o universo feminino


Matérias do autor


6 de agosto de 2015

Tempo de Leitura: 3 minutos

Relacionamento amoroso e o universo feminino


O universo amoroso feminino não é passivo nem ativo, não é dominador nem   submisso, é sim complexo. Na verdade, o que sempre determinou e continua determinando uma posição feminina mais submissa ou mais ativa, diante do casamento e da sociedade, é o movimento social e cultural, a ideologia do poder em diferentes épocas e momentos da história.
A mulher vem conquistando posições mais ativas no mercado de trabalho, na política, na sociedade, no lar, em sua sexualidade e no relacionamento a dois. Finda a era patriarcal de séculos, na qual a ideologia e cultura conseguiram conter a expressão da mulher num todo, limitando seu papel à maternidade e no cerne do lar. Era uma ideologia baseada na justificativa de manter a ordem social, já que a mulher como ser instável, emotivo por natureza e pouco racional, poderia perturbá-la, cabendo então ao homem o papel de governar.

Com o advento da revolução industrial e o surgimento dos métodos anticoncepcionais, especialmente a pílula, num processo gradual, a mulher passou a se manifestar e se expressar em todos os âmbitos, ampliando seus espaços subjetivos e territoriais. A independência financeira gerou profundas mudanças no relacionamento homem e mulher, marido e esposa. E a prevenção da gravidez através da anticoncepção, proporcionou a mulher um poder e uma liberdade maior sobre sua sexualidade, refletindo em grandes transformações nas suas relações amorosas através da  desmistificação de certos tabus, como o da virgindade, por exemplo.

Hoje o que vemos é uma mulher mais ativa, independente, autônoma, menos comumente submetida a uma situação relacional de dependência ou impotência. Esta mulher moderna governa a si mesma, procura dar conta de seus diversos papéis, aspira realizar-se em várias esferas, inclusive na amorosa, mas sem temer tanto a solidão.

Os relacionamentos amorosos tornaram-se mais complexos, difíceis em se completarem e complementarem, porque as condições estão mais iguais entre o homem e a mulher. O casal, hoje, para conseguir permanecer junto, precisa adequar aspirações profissionais, sociais, familiares de ambos e entre ambos, sendo que, às vezes, nenhum dos dois está disposto a abrir mão de seus projetos, pelo outro.

A mulher não necessita mais ficar vinculada a um homem para ter um status na sociedade e/ou conseguir sobreviver, o que pode ser um dos motivos do grande número de separações e relações pouco duradouras que observamos, pois a posição feminina foi a que mudou, tendo em vista que o homem já possuía status social e independência.

Essas mudanças na mulher provocam nos relacionamentos amorosos, a necessidade do casal se adaptar a uma nova situação conjugal, na qual as responsabilidades são compartilhadas e repartidas, e onde já não existe mais a figura do chefe de família. Os homens estão aprendendo a lidar com isso ainda, as mulheres também, pois ainda pesa questões de poder dentro do imaginário feminino e masculino, adquiridos através da transmissão de geração para geração que não são tão fáceis de transformar internamente.

Talvez por todas essas questões, observamos muitos conflitos e falta de realização amorosa, e a atitude desesperada de alguns homens frente à força adquirida e vista na mulher atual, sendo que alguns quando inseguros e diminuídos em importância, podem até matar. Em outros extremos, vemos ainda mulheres submetidas a maus tratos pela força física do homem, por necessidade e dependência, financeira e afetiva.

Porém, o que parece nunca mudar é a busca do complemento feminino e masculino na sexualidade, o desejo de amar e ser amado, as escolhas amorosas adultas baseadas nos modelos das primeiras relações da infância, dependendo também da elaboração e resolução de cada um, do que se denomina em Psicanálise, complexo de Édipo. Além do mais, sempre será uma arte saber conviver e se relacionar a dois.

E o que de bom tem nessas mudanças mencionadas, em termos de relacionamento no tempo atual, é que homem e mulher são capazes de dar e receber, alternando posições ativas e passivas, numa relação de troca e potência mútuas, podendo assim sustentar uma convivência com respeito e consideração, numa relação mais igualitária sem perder a necessidade de estar com o outro e a vontade de construir uma vida a dois.

Por fim, concluo que a busca de estabilidade familiar sempre será primordial e, seja em famílias compostas, desfeitas e refeitas, o relacionamento amoroso, para homens e mulheres tem um peso, no bom e no ruim, refletindo na família como um todo.



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