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SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE


Matérias do autor


5 de outubro de 2015

Tempo de Leitura: 3 minutos

SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE


Segue um artigo no intuito de marcar, lembrar e valorizar o Dia Internacional do Idoso comemorado anualmente no dia 1º de outubro. Este dia foi instituído em 1991 pela (ONU) Organização das Nações Unidas e tem como objetivo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar a população mais idosa. A mensagem do dia do idoso é passar mais carinho aos idosos, muitas vezes esquecidos pela sociedade e pela família. No Dia Internacional do Idoso decorrem várias iniciativas para a população idosa, nomeadamente palestras, sessões de atividade física e workshops de artes manuais. Em 2015, o 25º Dia Internacional das Pessoas Idosas celebrado pela ONU tem o tema: “Ambientes urbanos sustentáveis e inclusivos para todas as idades”

Primeiramente, entendo a sexualidade humana de forma ampla, como na visão do fundador da Psicanálise Sigmund Freud, e levando em conta que ela existe desde o início de nossas vidas (a própria concepção) até o fim de nossas vidas (morte).  A sexualidade envolve ricas trocas afetivas, o olhar, o tocar, o escutar. Engloba sensações eróticas e/ou prazerosas no corpo, possíveis e complementadas a partir da ação de outro ser humano, sempre decorrência de uma interação, obviamente, e não necessariamente de cunho sexual como é o caso do carinho dos cuidadores.

Na impossibilidade de ter um (a) companheiro (a) disponível ou pela própria escolha em ficar só, o indivíduo poderá buscar uma satisfação denominada auto-erótica e/ou outras formas de prazer proporcionadas pelos contatos humanos e atividades no mundo do trabalho, familiar, artes, religião, cultura, política etc. Para determinadas pessoas isso pode ser o suficiente e não há nada de errado em viver assim, em qualquer etapa da vida.

Contudo, para grande parte da população, a prática sexual adulta que se inicia na adolescência se perpetua até o final da vida. No caso da terceira idade, sou contrária a restrições quanto ao livre exercício da sexualidade dentro da gama de diversidade que compõe o vasto e complexo universo da sexualidade humana. Em consonância com essa ideia, acrescento o valor da experiência e sabedoria que guia o “idoso” em suas condutas.

Porém, sempre é de bom tamanho frisar que, em qualquer fase da vida, o encontro sexual com o outro é mais rico quando envolto num clima de respeito, dignidade, confiança e entrega. E o amor próprio é um bom ingrediente para os cuidados necessários a uma prática sexual segura. O que é válido também para o “idoso”, lembrando que os riscos de doenças transmissíveis sexualmente existem para todas as idades.

Os preconceitos e os tabus, na esfera sexual existiram de diversas formas, mas não ajudou as pessoas a viverem melhor, no meu ponto de vista. Problemas de âmbito sexual também sempre existiram, exigindo aprendizado constante e permanente. Desta forma, cabe a cada um julgar qual a melhor forma de exercício de sua sexualidade, desde que não tenha o intuito de ferir ninguém e não constitua um desvio como no caso da pedofilia. Segue uma poesia de Fernando Pessoa que expressa a vulnerabilidade humana de uma forma natural e livre de preconceito:

“Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”

Fernando Pessoa – Parte da poesia: Poema em Linha Reta



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