Juventude Notre Dame já está reunida em Passo Fundo
À espera do VI Encontro Nacional da Juventude Notre Dame desde 2015, a brasiliense Ana Luísa Silva começou a ter a expectativa – de, durante o evento, criar novos e duradouros vínculos – atendida, antes mesmo da cerimônia oficial de abertura do evento. Algumas horas antes da solenidade, ela e os outros 72 educandos do Colégio Notre Dame Brasília foram recepcionados, sob aplausos e gritos de boas-vindas, pelos demais inscritos na sexta edição do Encontro, concentrados no Centro de Convivência da Universidade de Passo Fundo (UPF). Foi ali que as cores que identificam a escola Notre Dame de origem dos mais de 700 encontristas começaram a se misturar, no primeiro e amistoso contato entre cariocas, gaúchos, paulistas e jovens do Distrito Federal.
Após a troca de abraços e de cumprimentos, os adolescentes participaram de
carreata, pela Avenida Brasil, até a sede do evento, que se estende até sábado (10): o Colégio Notre Dame Passo Fundo.
Ao chegarem à instituição de ensino, em meio a intervenções artísticas e reunidos na lona montada no pátio do Colégio, eles acompanharam à solenidade de abertura do VI Encontro Nacional, na qual conheceram um pouco mais sobre a Congregação das Irmãs de Notre Dame e os países onde atua, seja por meio de obras ou de Missões. Eles, ainda, foram envolvidos em momentos de espiritualidade, nos quais refletiram sobre a paz. A intenção, conforme destaca a coordenadora da comissão organizadora do evento, Ir. Elci Favaretto, era a de estimulá-los a ser “Força de Paz” – como prevê o tema desta edição.
Foto: divulgação
Afinal, em um mundo marcado pela violência e pelas desigualdades, os jovens não podem permanecer insensíveis. Eles precisam ser orientados para que sejam agentes transformadores, conforme destacou, em sua fala, a vice-superiora geral da Congregação, Irmã Alcidia Guareschi. “A Rede de Educação Notre Dame propõe-se a preparar seus jovens para que eles sejam os protagonistas de um amanhã melhor e que sejam a ‘Força de Paz’ nos locais onde a violência e o desrespeito predominam”, destacou.
Assim, sendo agentes da transformação, os estudantes Notre Dame assumem o compromisso de auxiliar na construção de um mundo de paz, no qual a dignidade do ser humano será garantida em sua totalidade, destacou o arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Rodolfo Weber, reforçando a importância dos encontros de formação. “Em espaços como esse, os jovens têm a possibilidade de trocar experiências e de construir saberes e, mais do que isso, de manter vivos dentro de si os seus sonhos e ideais que, baseados em Cristo, são a principal ferramenta para a mudança social”, afirmou.
O segundo dia do VI Encontro Nacional da Juventude Notre Dame foi iniciado com momento de espiritualidade, conduzido pelo Colégio Notre Dame Rainha dos Apóstolos, de São Paulo, e norteado pela simbologia da cruz – que representa os sofrimentos de cada um, mas que não pode ser rejeitada, nem abandonada, pois é por meio dela que se segue o exemplo de Jesus Cristo.
Após a reflexão, divididos em grupos mistos, os jovens experienciaram a interdisciplinaridade, a partir da obra literária “A Linha Negra” – escrita por Mario Teixeira e que tem como pano de fundo a Guerra do Paraguai. Para isso, participaram de oficinas planejadas e desenvolvidas por educadores e educandos das sete escolas Notre Dame presentes no evento.
De acordo com a supervisora de ensino da Rede de Educação Notre Dame, Claudia Toldo, as atividades foram organizadas com o intuito de estimular a competência leitora dos estudantes, para que, a partir dela, sejam desenvolvidas suas competências comunicativa e discursiva. Para isso, o fio condutor escolhido é um livro contempla as diferentes áreas do conhecimento, em sua narrativa, e, por isso, possibilita o seu estudo a partir de diferentes perspectivas disciplinares. “A obra possui Química, Biologia, Literatura. Possui o fantástico, o maravilhoso e a Língua contando isso tudo. Então, nela, as mais diversas disciplinas estão arranjadas e mobilizadas”, comenta.
No total, foram desenvolvidas 26 dinâmicas interdisciplinares, que exploraram as mais variadas temáticas, como armamentos e estudos de balística; programação e robótica; conservação dos alimentos; geografia dos campos de batalha; cultura da paz; fatos históricos, culturais e filosóficos apresentados na obra; além da transposição de suas características para as diversas manifestações artísticas.
Cada estudante teve a oportunidade de participar de duas atividades, uma pela manhã e outra à tarde. Ao término do ciclo de oficinas, os adolescentes assistiram a uma adaptação teatral de “A Linha Negra”, encenada pela Companhia de Teatro do Colégio Notre Dame Ipanema, e participaram de conversa com o autor, Mario Teixeira.
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