Diagnóstico de câncer durante pandemia


Matérias do autor


29 de julho de 2020

Tempo de Leitura: 2 minutos

Diagnóstico de câncer durante pandemia


Oncologista Patrícia Pacheco alerta para a importância da continuidade aos exames de rotina durante a pandemia da COVID-19

Com a pandemia da COVID-19, o isolamento social, redução da capacidade dos serviços de saúde e até mesmo o medo de contrair o coronavírus diminuíram drasticamente o número de consultas e exames para rastreamento e controle do câncer.

Isso foi percebido no mundo. Dados da Europa e Reuno Unido demonstram uma redução de 76% dos encaminhamentos de pessoas com suspeita de um câncer e 60% de redução no agendamento de quimioterapia. Além disso, estimaram um aumento do número de mortes de até 20% nos próximos 12 meses.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) estimam que milhares de diagnósticos de câncer deixaram de serem feitos no país nos últimos meses; possivelmente até 50 mil casos deixaram de serem diagnosticados.

Isso é muito preocupante, pois muitos dos avanços no tratamento do câncer e nas taxas de cura estão relacionados a melhora dos métodos de imagem, protocolos de rastreamento e detecção precoce. O atraso de diagnóstico compromete consideravelmente o sucesso dos tratamentos. Outro ponto que preocupa é a demanda reprimida que pode ocorrer, com alto número de casos novos de câncer sendo diagnosticados em um período e a limitação da capacidade de atendimento, realização de outros exames necessários e de procedimentos cirúrgicos.

Infelizmente doenças como câncer não escolhe época para ocorrer e com a situação atual da pandemia no Brasil e incerteza de quando voltaremos ao normal, o recomendado é procurar um médico se estiver apresentando algum sintoma e realizar investigação, seguir com os exames de rastreamento como mamografia, colonoscopia e exame citopatológico do colo de útero pois não sabemos por quanto tempo a pandemia e o isolamento irá persistir.

Devemos lembrar que serviços de saúde instituíram protocolos e rotinas para minimizar o risco de contaminação, com higienização rigorosa e número restrito e controlado de pacientes. Indivíduos com sintomas respiratórios possuem um fluxo individualizado separado dos outros pacientes.

Sobre a Oncologista Patrícia Pacheco
Formada pela Universidade de Passo Fundo, e com Residência Médica em Clínica Médica, na Santa Casa, de Porto Alegre e em Oncologia Clínica, no Hospital São Lucas da PUC/RS. Em seu currículo também são destaque suas experiências internacionais com: Neuro-oncologia no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova Iorque/EUA, Dana-Farber Cancer Institute, de Boston/EUA e Centre Hospitalier Universitaire Voudois – CHUV, Lausanne/CH.

Atualmente ela é professor da Faculdade de Medicina da UPF e Supervisora da Residência Médica em Oncologia Clínica da UFFS – campo Hospital São Vicente de Paulo. Patrícia possui Curso de Princípios de Pesquisa Clínica na Harvardt T.H.Chan School of Public Health, atualmente é coordenadora do Centro de Pesquisa do Hospital de Caridade de Carazinho, onde atualmente está com um estudo aberto e dois em fase de abertura.

Patrícia Pacheco
Médica Oncologista
CRM 34.777
RQE 29.955



Veja também